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Neurónios na Panela de Pressão: A Neuroquímica do Stress

A ansiedade é uma emoção “normal”, comum e adaptativa que todos nós já sentimos. A intensidade dos sintomas, a sua duração e o impacto dos mesmos no dia-a-dia são o que nos permite distinguir a emoção da doença. 

Muito se tem dito e investigado sobre o stress ao longo das últimas décadas desde que Hans Selye introduziu este conceito ainda em 1936, ao delinear três fases universais na resposta a uma ameaça, qualquer que ela seja, que nos ajuda compreender a interacção dinâmica entre a pessoa (com uma vulnerabilidade genética específica, uma personalidade, um contexto e aprendizagens e recursos previamente adquiridos que lhe permitem avaliar a situação) e o ambiente (em constante mudança). 

Uma primeira fase de alarme – em que o organismo se prepara para lutar ou fugir pondo ao seu dispor todos os seus mecanismos fisiológicos (a respiração surge mais rápida, o coração fica mais acelerado, os músculos tensos preparam-se para fugir ou lutar, desaparece a vontade de comer ou dormir). 

Nenhum organismo consegue manter esta primeira fase de excitação e, assim, segue-se uma fase de adaptação em que se desenvolve uma resistência ao stress.

Por fim, uma vez esgotadas as reservas de cada organismo, se a duração do agente stressor for suficientemente longa, surge uma fase de exaustão em que são notórias as consequências negativas da activação neuroendócrina constante na pessoa do Sistema Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal e do Sistema Nervoso Simpático (os suspeitos habituais). Sublinha-se uma palavra de consonância relativa à gravidade e mau prognóstico desta terceira fase, que excede os recursos pessoais, no funcionamento da pessoa. Ao invés de um aumento do rendimento e desempenho do indivíduo com o aumento do grau de estimulação, observamos uma desintegração catastrófica do desempenho e entramos no campo do stress patológico e da doença, tal como Yerkes-Dodson tão bem ilustrou.

A interacção entre a pessoa e o ambiente é dinâmica. Conseguimos delinear três fases universais na resposta a uma ameaça – uma fase de alarme, uma fase de adaptação e uma fase de exaustão. Com a terceira fase entramos no campo do stress patológico e da doença.

Dra. Maria Moreno

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