O Luto constitui uma das maiores experiências de dor e vulnerabilidade humanas – surge como uma reação e um processo natural que resulta da perda de alguém próximo ou de uma alteração de vida significativa que implique perda (doença, divórcio, reforma, mudança de país, mudança de emprego…).
Todos vivemos ao longo da nossa vida diferentes perdas, de natureza e exigência emocional diferentes. É, por isso, um processo complexo, que depende de inúmeras variáveis e único, pois nenhum luto é igual ao outro.
– Esta noite…. Vê lá se percebes… Não venhas comigo.
– Vou! Vou! Não te quero abandonar!
– Mas há-de parecer que me dói muito… Há-de parecer que eu estou a morrer. Tem de ser assim. Não venhas ver uma coisa dessas que não vale a pena. (…)
– Vou! Vou! Não te quero abandonar! (…)
– Fizeste mal. Vais ter pena. Vai parecer que eu estou morto e não é verdade…
Eu continuava calado.
– Percebes?… É que é muito longe e eu não posso levar este corpo…. É pesado demais…”
O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry
As reações envolvidas no processo de Luto ocorrem a vários níveis:
- emocional: tristeza, zanga, culpa, ansiedade, inquietação, solidão, desamparo, fadiga, apatia, saudade, choque, mas também, por vezes, alívio ou emancipação;
- cognitivo: descrença, confusão, distração, pensamentos obsessivos, sonhos ou pesadelos, sensação de presença, alucinações;
- físico: aperto no peito ou na garganta, sensação de falta de ar, fraqueza muscular, falta de energia, sensação de despersonalização (“nada parece real, incluindo eu próprio”)
- comportamental: choro, alteração do sono e do apetite, isolamento social, diminuição ou excesso de atividade, evitar ou procurar objetos ou locais que evoquem recordações;
Intervenção Psicológica no Luto
Num primeiro momento, é importante acompanhar as reações e normalizar a percepção de vazio emocional e perda. Nesta fase aguda, especialmente em mortes inesperadas, as reações poderão ser mais adversas e percebidas como muito intensas. Surgem, frequentemente, dúvidas sobre o processo e necessidade de aconselhamento específico sobre reações, comunicação de más notícias: “O que devo dizer? Deve o meu filho estar presente nas cerimónias? O que devo fazer?
A intervenção psicológica no Luto, pretende construir em conjunto com a pessoa, uma relação genuína e autêntica, explorando as várias dimensões da experiência da perda, o desenvolvimento de estratégias de regulação emocional e a expressão das necessidades relacionais. É um caminho onde passaremos por emoções intensas e, tantas vezes, opostas.
- Intervenção Psicológica na Doença Crónica e Cuidados Paliativos em contexto domiciliário – Luto antecipatório
- Intervenção Psicológica no Luto de Cuidadores
- Intervenção Psicológica no Luto Inesperado (Doença súbita, Acidentes, Homicídio, Suicídio, …)
- Intervenção Psicológica no Luto complicado, inibido e traumático
- Intervenção Psicológica no Luto Parental;
- Intervenção Psicológica no Luto do companheiro/a
- Intervenção Psicológica no Luto pela perda de um animal de companhia